Comunidade Praia, Quilombo de Praia, Matias Cardoso - MG, 2015

Seu João é tio de Genival, atual liderança do Quilombo de Praia. Segundo o sobrinho, João Pereira da Silva “teve um vida muito difícil e conturbada”. Com o abandono parental, sua mãe não conseguiu sustentar sozinha ele e sua irmã. Ainda criança foi levado a Fundação Caio Martins, que “era tipo uma FEBEM” para educação de crianças e adolescentes rebeldes,  explica Genival, “na verdade, ele não tinha rebeldia nenhuma. Ele não tinha pai e nem mãe”.
Depois disso, João e sua irmã foram entregues a famílias moradores de Manga, cidade vizinha. Separados, os irmãos se reencontraram apenas no final da adolescência. João foi colocado para trabalhar em vários tipos de trabalho braçal pesado e seguiu assim por toda a sua vida o que lhe causou uma série de problemas de saúde.
Somente aos 50 anos, volta ao seu território de origem, onde pôde viver até o fim de sua vida perto de seus familiares que lhe providenciaram acolhimento, cuidado e uma casa. João “foi uma pessoa boa, generosa”, conta Genival. Devido aos problemas de saúde, João morreu aos 72 anos. Para seu sobrinho, “morreu novo” e usufruiu muito pouco da tão merecida aposentadoria conquistada somente aos 64 anos. A história de João é a história de milhares e milhares trabalhadores rurais cujo trabalho está sendo ainda mais desvalorizado no governo Bolsonaro e cujas aposentadorias se tornaram ainda mais difíceis de serem alcançadas.
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